quinta-feira, 5 de abril de 2012

Manuel Álvarez Bravo - fotopoesia

Mariana Martins Cuder



Um dos grandes nomes da fotografia moderna e contemporânea mundial, o mexicano Manuel Alvarez Bravo (1902-2002) é o nome de maior relevância na fotografia do século XX de seu país. Seus primeiros trabalhos foram feitos no começo dos anos 1920, e exploravam elementos da tradição pictorialista, influenciados pela obra de fotógrafos atuantes no México, como Hugo Brehme, Guilhermo Kahlo e Agustín Casasola.



Suas fotografias são influenciadas pela revolução mexicana (1910-1920) e por fotógrafos que contribuíram para estabelecer uma iconografia fotográfica centrada em sua cultura indígena, em sua gente e em sua paisagem, fazendo com que Manuel se manifestasse por uma estética "fotopoética".

A exposição apresenta suas obras em 5 ambientes. Ao entrar, as primeiras fotos com as quais me deparo são as do círculo de relacionamentos de Manuel Álvarez Bravo. Em seguida surgem os outros 4 ambientes que são divididos por épocas.
Anos 1920/1930 - primeiros trabalhos e experimentação moderna
Anos 1920/1930 - poética humanista e surrealismo
Anos 1940/1960 - ecletismo, engajamento social e documentação
Anos 1970/1990 - a obra revisitada e em exposição

O ambiente da exposição é claro, com suas paredes brancas e laranjas, com ar condicionado e com focos de luz tanto para as mesas centrais ondem eram expostos os livros de Manuel, quanto para as fotos nas paredes. É um lugar super silencioso e aconchegante, e há também uma lojinha na entrada. Infelizmente não era permitido tirar foto de absolutamente nada, nem da lojinha, pois a atendente era extremamente grossa e mal humorada. Mas como uma boa brasileira, tirei uma foto escondida; ficou péssima, ainda mais com o celular, mas era pra provar que eu entrei.


Mesa central mostrando o livro de Manuel Álvarez Bravo


Uma obra que me chamou bastante a atenção foi a Lucrécia, pois Manuel saiu do padrão de foto, utilizou uma maquina de raio-x, que parece tentar expressar um grande sentimento de sofrimento de uma mulher ao mostrar uma espada sendo enfincada em seu coração. 

Lucrécia, 1942-1946
20 x 25cm
Tiragem assinada pelo autor
Coleção Associação Manuel Álvarez Bravo


Outra foto que me chamou cativou foi a Lebrança de Atzopan, pois ao bater o olho vi duas janelas, quando na verdade, eram uma janela e uma menina. A parede suja com uma janela de fundo preto e a menina encostada nesta com um vestido sujo e de cabelo preto, fizeram com que eu me confundisse.

Lembrança de Atzompan, 1943
Gelatina/prata
28 x 36 cm
Coleção Associação Manuel Álvarez Bravo


Suas fotos são muito chocantes, mostram muita morte, pobreza, partes íntimas, e na maioria das fotos, femininas, mas sempre com um toque misterioso. As fotos de corpos nus sempre mostram uma parte mas tampam outra.

Menino urinando, 1927

Comedor

Striking worker, murdered, 1934
Gelatin silver print
7 1/2 x 9 1/2 in. 
92.XM.23.27



quote start When I work it´s by impulse. Not in the sense of planning a photograph in advance. I work by impulse. No philosophy. No ideas. Not by the head but by the eyes. Eventually inspiration comes. Instinct is the same as inspiration, and eventually it comes quote end
Manuel Álvarez Bravo




A exposição conta com o apoio do Museu de Arte Moderna e Instituto Nacional de Belas Artes.

Exposição Manuel Álvarez Bravo - fotopoesia
De 23 de maço a 1 de julho de 2012
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingo e feriados, das 13h às 18h
Local: Rua Piaui, 844, 1º andar - Higienópolis
Entrada gratuita
Telefone: 11 3825-2560
Mais informações: http://ims.uol.com.br/Home/D1

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