Eduardo
Kobra é um artista da neo-vanguarda paulista, considerado um bom desenhista e
hábil pintor realista. Seu talento teve inicio em 1987, no bairro do Campo
Limpo, com o pixo e o graffiti. Com os desdobramentos que a arte urbana ganhou
em São Paulo, Kobra derivou para um muralismo original, inspirado especialmente
nos pintores mexicanos, e no design do norte americano Eric Grohe. Kobra
desenvolve obras que misturam o traço do grafite rico em sombra, luz e brilho. O
resultado são murais tridimensionais que permitem ao público interagir com a
obra. A idéia é estabelecer uma comparação entre o ar romântico e o clima de
nostalgia, com a constante agitação de hoje.
O artista desenvolveu o projeto “Muros da memória”, que busca
transformar a paisagem urbana por meio da arte e resgatar a memória da cidade.
O projeto é síntese do seu modo peculiar de criar, através do qual não apenas
pinta, mas também adere, interfere e sobrepõe cenas e personagens das primeiras
décadas do século XX. É uma junção de nostalgia e modernidade, por meio de pinturas
cenográficas, algumas monumentais, criando através delas portais para saudosos
momentos da cidade.
Fui na Avenida 23 de Maio, onde encontra-se um de seus maiores
trabalhos. Um muro que mede 1000
m², foi desenhado pelo artista em comemoração ao aniversário de São Paulo.
Eu
Todo
em tons de preto, branco e cinza, o mural mostra o bairro antigamente.
Crianças, adultos e meios de transporte se destacam no grafite.
Quando
se passa de carro pelo mural, não se tem noção de seu tamanho. Quando fui tirar
as fotos, é incrivel como ele “se torna” muito maior.
Vista panorâmica do muro
Achei
interessante o modo que o mural e o prédio da IBM, atrás, se distoam. É como se
houvesse o encontro no passado com o futuro, o que resultou em uma vista muito
bonita e diferente.
Foi uma experiência muito legal ver um muro que retrata como era São Paulo há alguns anos. Os meus olhos percorreram todo o desenho e a cada olhada encontrei um detalhe a mais. É incrível como o grafite tem esse poder. Além de dar um ar novo ao lugar, torna-se uma arte a céu aberto.
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